O norovírus é um dos principais agentes causadores de doenças gastrointestinais, como diarreia intensa, vômitos e febre alta. Esse vírus, de alta capacidade infecciosa e resistência, pode ser transmitido de várias maneiras, principalmente pelo consumo de alimentos e água contaminados, além do contato direto com pessoas infectadas. Esse vírus pode sobreviver por longos períodos em superfícies e na água, o que facilita a disseminação.
Uma vez infectado, o indivíduo pode desenvolver uma gastroenterite, com sintomas típicos de diarreia intensa, vômitos e, em alguns casos, febre alta. Em geral, os quadros causados pelo norovírus são leves, mas em grupos vulneráveis, como crianças pequenas e idosos, os sintomas podem ser mais graves, principalmente devido ao risco de desidratação.
“O norovírus é apenas mais um dos vários agentes que causam diarreias, mas, de forma geral, ele tende a causar casos mais leves. Já o rotavírus, por exemplo, é mais agressivo e pode gerar complicações mais graves”, afirma o infectologista pediátrico Alfredo Elias Giglio, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Como o norovírus se espalha?
Os surtos de norovírus tendem a ocorrer em lugares com grande aglomeração de pessoas, como cruzeiros marítimos e áreas turísticas com alta concentração de banhistas, especialmente durante o verão. A simples ingestão de água do mar contaminada ou o contato com a areia em locais impróprios para banho pode ser suficiente para causar a infecção.
A transmissão é facilitada por fatores como a proximidade com outras pessoas e a exposição a superfícies contaminadas. Portanto, locais como praias e áreas de lazer podem ser focos de transmissão, especialmente em períodos de altas temperaturas, onde a frequência de banhistas aumenta.
Tratamento e prevenção do norovírus
Embora o tratamento do norovírus seja, em sua maioria, sintomático e focado no alívio dos sintomas, a hidratação adequada é crucial. A ingestão de líquidos ajuda a evitar a desidratação, que pode ser um risco significativo para crianças e idosos. Em casos mais graves, a internação hospitalar pode ser necessária, com a administração de soro e medicamentos intravenosos.
A boa notícia é que existem medidas simples para prevenir a infecção. O Ministério da Saúde recomenda algumas ações fundamentais, como:
- Lavar as mãos com frequência, utilizando água e sabão ou soluções antissépticas.
- Consumir somente água tratada, preferencialmente engarrafada e de fontes confiáveis.
- Evitar adicionar gelo de procedência desconhecida às bebidas.
- Verificar se os alimentos foram bem preparados, com destaque para carnes e frutos do mar bem cozidos, fritos ou assados.
- Evitar frutas e verduras com a casca danificada ou que não tenham sido devidamente higienizadas.
- Não frequentar praias com sinalização de águas impróprias para banho ou que estejam próximas de saídas de esgoto ou de rios contaminados.
- Usar Equipamentos de Proteção Individual (EPI) ao manipular resíduos sólidos ou ao higienizar banheiros públicos.
- Aderir a boas práticas de manipulação de alimentos, especialmente em locais de venda ambulante.
A notificação compulsória de surtos de doenças transmissíveis por água e alimentos, incluindo o norovírus, é uma medida importante para o controle e mitigação da propagação desses surtos.
Conclusão
Embora o surto de norovírus esteja restrito a algumas regiões específicas no Brasil, a conscientização sobre como a doença é transmitida e as formas de prevenção são essenciais para evitar a propagação do vírus. Seguindo as orientações de higiene e tomando os devidos cuidados, é possível minimizar o risco de infecção e proteger-se durante os períodos de maior incidência.
Em tempos de aumento de casos e surtos sazonais, a vigilância e a informação são as melhores armas para garantir a saúde pública e a proteção da população.
