Em 2017, arqueólogos peruanos fizeram uma descoberta intrigante em Chavín de Huántar, um centro cerimonial milenar nos Andes. Uma câmara secreta contendo artefatos rituais revelou um uso sofisticado de substâncias psicodélicas, desafiando o que sabíamos sobre as práticas espirituais das civilizações andinas.
🌿 O Uso de Substâncias Psicoativas em Chavín

Chavín de Huántar, datado de cerca de 1200 a.C. a 400 a.C., localiza-se nas montanhas do atual Peru. Dentro de uma galeria subterrânea recém-descoberta, arqueólogos encontraram 23 objetos usados em rituais: colheres, tubos e recipientes feitos de ossos e conchas. Após análises químicas, resíduos de cocaína, harmina, bufotenina e DMT foram identificados nos artefatos — compostos conhecidos por seus efeitos psicoativos.
Isso sugere que os xamãs de Chavín usavam essas substâncias para alcançar estados alterados de consciência, possivelmente em busca de comunhão espiritual, visões ou cura.
🔬 Análises Químicas e Descobertas Surpreendentes

Pesquisadores da Universidade da Flórida lideraram as análises químicas, revelando vestígios de substâncias alucinógenas em diferentes instrumentos cerimoniais. A harmina e o DMT, por exemplo, estão presentes na bebida ayahuasca, tradicionalmente consumida por povos amazônicos. A presença desses compostos em Chavín sugere uma conexão cultural e comercial entre regiões distantes da América do Sul, muito antes dos registros históricos conhecidos.
🌄 Chavín de Huántar: Um Centro Cerimonial Antigo

O sítio arqueológico de Chavín de Huántar é conhecido por sua arquitetura monumental, esculturas intricadas e túneis subterrâneos. Era considerado um centro religioso influente nos Andes, atraindo peregrinos de diversas regiões. A descoberta dessa câmara secreta, escondida por milhares de anos, reforça o papel do local como epicentro de rituais espirituais complexos.
🌍 Implicações para o Estudo das Culturas Andinas
Essas descobertas ampliam a compreensão do uso de enteógenos nas culturas andinas. Acreditava-se que substâncias como a ayahuasca fossem limitadas à floresta amazônica. No entanto, a presença desses compostos em artefatos de alta montanha mostra que o conhecimento sobre plantas psicoativas e seu uso ritual era muito mais difundido do que se pensava.
Além disso, levanta-se a possibilidade de que Chavín fosse um ponto de intercâmbio cultural e espiritual entre diferentes povos sul-americanos — uma espécie de centro iniciático pré-inca.
🔍 Conclusão: Desafiando Conceitos Tradicionais
As evidências encontradas em Chavín de Huántar nos convidam a repensar a espiritualidade e as práticas rituais das civilizações pré-colombianas. A câmara secreta, repleta de instrumentos para o consumo de substâncias psicodélicas, revela que essas sociedades tinham um entendimento profundo de estados alterados de consciência — muito antes da ciência moderna conceber tais possibilidades.
Mais do que um sítio arqueológico, Chavín de Huántar é agora uma janela para o misticismo andino ancestral, onde os rituais transcendiam o mundo físico em busca de experiências cósmicas.
Para mais informações sobre essa descoberta fascinante, leia o artigo original da Live Science clicando aqui.