A computação quântica deu um salto monumental com o desenvolvimento do processador quântico Zuchongzhi 3.0, criado por pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da China (USTC), em Hefei. Este processador de 105 qubits é capaz de realizar cálculos 1 quatrilhão (10¹⁵) de vezes mais rápido do que os supercomputadores mais avançados do mundo.
O que torna o Zuchongzhi 3.0 tão poderoso?

O Zuchongzhi 3.0 utiliza qubits supercondutores, uma tecnologia que permite a manipulação de estados quânticos com extrema precisão. Com uma impressionante fidelidade de porta quântica de 99,90% para qubits individuais e 99,62% para qubits em pares, este processador superou amplamente seu antecessor, o Zuchongzhi 2.0, que possuía 66 qubits.
Superando o Google

O Zuchongzhi 3.0 competiu diretamente com o Willow QPU, da Google, que alcançou 99,97% de fidelidade para qubits individuais e 99,86% para qubits em pares. No entanto, a grande vantagem do processador chinês está na velocidade de execução: ele completou uma tarefa de amostragem de circuito aleatório (RSC) em apenas alguns segundos. O supercomputador Frontier, o segundo mais rápido do mundo, levaria 5,9 bilhões de anos para realizar o mesmo cálculo.
O avanço na coerência quântica

Um dos principais desafios da computação quântica é o tempo de coerência, ou seja, quanto tempo um qubit consegue manter seu estado de superposição antes de ser influenciado por ruídos externos. A USTC aprimorou a fabricação dos qubits, utilizando metais como tântalo, nióbio e alumínio, unidos por um processo de flip-chip de ligação por bump de índio, o que minimiza a contaminação e aumenta a precisão dos cálculos.
O que isso significa para o futuro?

A conquista do Zuchongzhi 3.0 não é apenas um marco técnico, mas um passo fundamental para a supremacia quântica — quando os processadores quânticos superam definitivamente os supercomputadores clássicos.
Com essa tecnologia, problemas complexos como simulações de moléculas para o desenvolvimento de novos medicamentos, otimização de redes logísticas e até criptografia quântica se tornam viáveis.
Conclusão
O Zuchongzhi 3.0 representa um avanço extraordinário que abre as portas para uma nova era da computação. Embora ainda existam desafios, como a correção de erros quânticos, a velocidade e a precisão já atingidas demonstram que estamos cada vez mais próximos de aplicações práticas revolucionárias.