O direito ao voto é um dos grandes pilares da democracia. Ele assegura que todos os cidadãos possam ser ouvidos em tomadas de decisões importantes, determinadas pela escolha da maioria. Contudo, em várias ocasiões históricas, um único voto ou decisão individual teve impacto significativo, alterando drasticamente o curso dos acontecimentos. Vamos explorar três momentos históricos em que uma única escolha moldou o destino de nações e do mundo.
1. O direito ao voto das mulheres no Tennessee, 1920

Em 1920, o Tennessee se tornou o último estado necessário para ratificar a 19ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, garantindo o direito ao voto para mulheres. A decisão estava empatada na assembleia legislativa até que o senador Harry T. Burn, inicialmente contra a emenda, mudou seu voto.
O que motivou Burn a alterar sua posição foi uma carta de sua mãe, Febb Burn, que pediu que ele fosse “um bom menino” e apoiasse o sufrágio feminino. Com sua decisão, a emenda obteve a maioria necessária de três quartos dos estados para ser aprovada.
Esse momento histórico recompensou décadas de luta pelos direitos das mulheres, permitindo que milhões de norte-americanas tivessem voz no processo eleitoral. Foi uma vitória crucial para a igualdade de gênero e um marco nos avanços dos direitos civis.
2. A ascensão de Adolf Hitler ao poder, 1933

Em 1933, Adolf Hitler precisava de aprovação no Reichstag para a Lei de Concessão de Plenos Poderes, que lhe daria controle ditatorial na Alemanha. A lei passou com o apoio do Partido do Centro, cujo voto foi garantido após Hitler prometer proteger as liberdades religiosas — promessa que ele quebrou posteriormente.
Com a aprovação, Hitler consolidou uma ditadura, eliminando as instituições democráticas e iniciando o regime nazista. Essa decisão teve consequências devastadoras: o Holocausto, a Segunda Guerra Mundial e a morte de milhões de pessoas. Foi um exemplo trágico de como um único voto pode mudar os rumos da história para pior.
3. Vasili Arkhipov e a prevenção de uma guerra nuclear, 1962

Durante a Crise dos Mísseis Cubanos, em outubro de 1962, o mundo estava à beira de uma guerra nuclear. Em um submarino soviético alvejado por forças americanas, dois dos três oficiais de alto escalão queriam lançar torpedos nucleares, acreditando que a guerra havia começado.
No entanto, o protocolo exigia consentimento unânime. Vasili Arkhipov, o terceiro oficial, votou contra o lançamento, acreditando que isso agravaria a situação. Sua decisão impediu o ataque e evitou um confronto catastrófico entre os Estados Unidos e a União Soviética.
Anos depois, Arkhipov foi reconhecido como uma figura chave na preservação da paz mundial. Sua coragem e raciocínio salvaram potencialmente a humanidade de uma aniquilação nuclear.
Conclusão
Esses três exemplos destacam o imenso impacto que uma única decisão ou voto pode ter. Seja para avançar os direitos humanos, iniciar conflitos devastadores ou evitar desastres globais, o poder de escolha individual é uma força que não pode ser subestimada. Eles também reforçam a responsabilidade inerente ao ato de votar, lembrando que cada decisão importa e pode moldar o futuro de maneiras inesperadas.