Jack, o Estripador: O mistério das cartas macabras

Jack, o Estripador: O mistério das cartas macabras

Jack, o Estripador, é um dos criminosos mais infames da história, responsável por uma série de assassinatos brutais em Londres no final do século XIX. Seu apelido permanece associado a um dos casos de serial killer mais misteriosos e macabros da criminologia, envolvendo pelo menos cinco mulheres em 1888. Embora nunca tenha sido capturado, o nome “Jack, o Estripador” passou a ser símbolo de uma mente criminosa e cruel, cujos crimes continuam a fascinar e a aterrorizar até os dias atuais.

O caso de Jack, o Estripador, é marcado por sua habilidade em escapar das autoridades, que falharam em encontrar qualquer pista concreta durante o período em que os assassinatos ocorreram. No entanto, apesar de não ter deixado evidências físicas claras, o assassino, supostamente, enviou cartas inquietantes para a polícia e para a imprensa, dando um vislumbre da mente perturbada que estava por trás dos crimes.


As cartas de Jack, o Estripador

Durante o período dos assassinatos, várias cartas foram enviadas à polícia e à imprensa de Londres, muitas das quais alegavam ser do próprio Jack, o Estripador. No entanto, a veracidade de boa parte dessas cartas foi descartada. Algumas, porém, se destacaram pela verossimilhança e pelas informações específicas que pareciam indicar conhecimento íntimo dos crimes.

1. A carta “Dear Boss”

A primeira carta conhecida como de Jack, o Estripador, foi enviada em 27 de setembro de 1888 para a Central News Agency. Ela ficou famosa pelo seu tom ameaçador e pela assinatura de “Jack, o Estripador”, que passaria a ser o nome associado ao assassino, embora ele nunca tivesse sido formalmente identificado.

Na carta, Jack dizia:
“No próximo trabalho que eu fizer, cortarei as orelhas da moça e enviarei aos policiais só por diversão. Guarde esta carta até que eu faça um pouco mais de trabalho, então a distribua diretamente. Minha faca é tão boa e afiada que quero começar a trabalhar imediatamente se tiver uma chance.”

Essa carta foi notável não apenas por seu conteúdo macabro, mas também porque fazia referência a futuros assassinatos. Apenas três dias depois de sua chegada, Catherine Eddowes foi brutalmente assassinada, com seu corpo mutilado de forma horrível. A polícia se viu diante de uma cruel confirmação de que as ameaças descritas na carta estavam se concretizando.

2. O cartão postal “Saucy Jacky”

Poucos dias depois, no início de outubro de 1888, chegou um cartão postal à Central News Agency. Esse cartão ficou conhecido como “Saucy Jacky” e causou grande alvoroço devido ao seu tom provocativo. O bilhete dizia:

“Eu não estava falando bobagem, querido e velho chefe, quando lhe dei a dica, você ouvirá sobre o trabalho do Saucy Jacky amanhã. Um evento duplo, desta vez a número um gritou um pouco, não consegui terminar imediatamente. Não é hora de dar ouvidos à polícia. Obrigado por guardar a última carta até eu voltar a trabalhar.”

A carta estava aparentemente manchada de sangue, o que aumentou ainda mais o clima de pavor. A caligrafia das duas cartas, “Dear Boss” e “Saucy Jacky”, também mostrava algumas semelhanças, o que levou muitos a acreditarem que ambas realmente provieram do mesmo autor.

3. A carta “From Hell”

A carta "From Hell", famosa pela sua natureza perturbadora e pelo conteúdo macabro.

A carta mais horrível de todas, no entanto, foi a que ficou conhecida como “From Hell” (“Do Inferno”). Enviada em 16 de outubro de 1888, ela continha uma descrição perturbadora e um presente macabro: a metade de um rim humano. O conteúdo da carta dizia:

“Sr. Lusk, eu lhe mando metade do rim que peguei de uma mulher e guardei para você, outro pedaço que fritei e comi, estava muito bom. Eu posso te mandar a faca ensanguentada que tirou se você esperar um pouco mais.”

Junto com a carta, estava a metade de um rim humano. Um médico que examinou o órgão concluiu que ele provavelmente pertencia a Catherine Eddowes, uma das vítimas do assassino. A vítima tinha 46 anos e sofria de alcoolismo, o que coincidiu com a descrição feita pelo criminoso. Esse evento consolidou ainda mais a ideia de que as cartas eram, de fato, do assassino, embora nunca tenha sido confirmada sua autenticidade.

4. O desaparecimento de Jack, o estripador

Após o envio da carta “From Hell” e do assassinato brutal de Mary Jane Kelly, a última vítima conhecida de Jack, o Estripador, o criminoso desapareceu sem deixar rastros. O assassinato de Kelly, em particular, foi o mais horrível de todos, com seu corpo sendo encontrado de forma completamente desfigurada e espalhado pelo quarto onde ela morava.

Após esse crime, o assassino nunca mais foi visto, e as autoridades, apesar de suas investigações intensivas, não conseguiram identificá-lo. O desaparecimento abrupto de Jack, o Estripador, juntamente com as cartas enviadas à polícia, alimenta até hoje o mistério em torno da sua identidade.


O legado das cartas

Mapa mostrando os locais dos assassinatos atribuídos a Jack, o Estripador, em Londres.

As cartas enviadas por Jack, o Estripador, continuam a ser um tema de intenso debate entre historiadores, criminologistas e entusiastas do caso. Muitos acreditam que elas oferecem uma janela para a mente perturbada de um serial killer. No entanto, há quem defenda que as cartas possam ter sido falsificadas, possivelmente por jornalistas ou até mesmo por outros criminosos, para alimentar o pânico da população e confundir as investigações.

O caso de Jack, o Estripador, segue sendo um dos mais enigmáticos e aterrorizantes da história criminosa. Sua identidade nunca foi descoberta, e até hoje, mais de 130 anos depois dos assassinatos, o nome “Jack, o Estripador” ainda evoca uma imagem de mistério, violência e terror.


Conclusão

Embora o mistério sobre a identidade de Jack, o Estripador, permaneça sem solução, suas cartas – e os assassinatos brutais associados a elas – deixaram uma marca indelével na história. Elas não só oferecem um vislumbre do comportamento e da mentalidade de um serial killer, mas também alimentam a perpetuação do mistério, que continua a fascinar tanto o público quanto os estudiosos. Mais de um século após os terríveis crimes, a história de Jack, o Estripador, e suas cartas, ainda desafiam a razão e provocam o medo nas mentes daqueles que se aventuram a estudar este caso macabro.

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