🛰️ Satélite “Zumbi” da NASA Emite Pulsos de Rádio Poderosos Após 60 Anos de Silêncio

🛰️ Satélite “Zumbi” da NASA Emite Pulsos de Rádio Poderosos Após 60 Anos de Silêncio

Imagine olhar para o céu e descobrir que um velho satélite esquecido, dado como inativo há quase seis décadas, voltou a “falar” conosco com um sinal abrupto e brilhante. Este é o recente mistério que vem intrigando astrônomos e engenheiros espaciais ao redor do mundo: o Relay 2, um satélite de comunicação experimental da NASA lançado em 1964, emitiu um pulso de rádio tão intenso que, por breves frações de segundo, ofuscou todas as demais fontes cósmicas no céu.


🎯 Como foi detectado?

Na noite de 13 de junho de 2024, o telescópio Australian Square Kilometre Array Pathfinder (ASKAP) captou um estalo de rádio de menos de 30 nanosegundos, alcançando picos superiores a 300 kJy — um nível de intensidade que faz qualquer outra emissão parecer fraca. A equipe, inicialmente em busca de novos pulsares, logo percebeu que o brilho repentino não se enquadrava nos padrões de um objeto astronômico distante.

Após triangularem a origem do pulso a cerca de 20 000 km da Terra, os pesquisadores consultaram bancos de dados orbitais e identificaram o culpado: o Relay 2, um satélite de baixa órbita que parou de transmitir em 1967, dois anos após seu lançamento.


🚀 Breve histórico do Relay 2

Projetado para testar comunicações experimentais em banda UHF, o Relay 2 fazia parte de um pequeno grupo de satélites dedicados a explorar novas frequências de rádio. Embora tenha cumprido sua missão inicial, o satélite foi considerado obsoleto e abandonado, sem meios de reativação ou controle remoto. Desde então, flutuou silencioso em órbita terrestre baixa, até este raro despertar.


⚡ Possíveis causas do pulso

Diante da impossibilidade de um retransmissor ativo, cientistas sugerem duas explicações principais para o incidente:
* Descarga eletrostática: a acumulação de cargas na superfície metálica do satélite pode ter gerado uma faísca que, ao ocorrer em região ionizada, emitiu o pulso de rádio detectado.
* Impacto de micrometeorito: uma minúscula partícula espacial poderia ter vaporizado parte do revestimento, criando um plasma que emitiu uma rajada de rádio.

Embora ainda não haja consenso, a professora Karen Aplin, da Universidade de Bristol, ressalta que este tipo de fenômeno oferece uma nova “janela” para monitorarmos detritos espaciais e antigos satélites, cuja saúde estrutural e elétrica permanece um enigma.


🌌 Implicações para o futuro

Com a crescente quantidade de objetos em órbita — satélites ativos, cubesats e detritos — entender eventos como o do Relay 2 pode ser crucial para evitar interferências em comunicações vitais e planejar melhores estratégias de vigilância orbital. Além disso, satélites “zumbis” oferecem laboratórios naturais para estudarmos processos de envelhecimento espacial, corrosão por radiação e resistência de materiais.

A pesquisa completa está disponível como preprint no arXiv e foi aceita para publicação no The Astrophysical Journal, abrindo caminho para futuras observações e, quem sabe, até tentativas de reativação controlada desses antigos emissários da era de ouro das comunicações espaciais.


🔭 Conclusão

O caso do Relay 2 nos lembra que o espaço ao nosso redor guarda segredos inesperados, e que satélites considerados “mortos” podem nos surpreender a qualquer momento. Cada pulso captado revela não apenas um fenômeno físico fascinante, mas também nos convida a refletir sobre os limites da nossa tecnologia e o mistério de permanecer “vivo” em ambientes tão inóspitos.


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